02/10/05 - 15:19
Berlim, 02 - O ex-serviço secreto da ex-Alemanha Oriental considerava o cardeal Joseph Ratzinger, o agora papa Bento XVI, um dos críticos mais perigosos ao comunismo e o espionou a partir de 1974, informou hoje a revista alemã Bild am Sonntag.
O semanário publicou extratos de uma grande quantidade de documentos que mostram que a polícia secreta, conhecida como Stasi, vigiou Ratzinger de perto por vários anos, coletando dados biográficos e informações de espionagem.
A amizade próxima de Ratzinger com o papa polonês João Paulo II - ao qual muitos poloneses creditam sua inspiração para enfrentar o comunismo - era considerado pela Stasi como particularmente perigosa.
"Desde meados da década de 1970, Ratzinger tem sido amigo próximo do ex-cardeal Wojtyla, para cujo papado trabalhou muito duro e que em 1980 lhe pediu para que organizasse o apoio da Igreja na Alemanha Ocidental aos acontecimentos revolucionários na Polônia", afirma um dos textos retirados dos arquivos, referindo-se aos protestos do sindicato Solidariedade contra os comunistas.
De acordo com os documentos publicados pela revista, os alemães orientais temiam que Ratzinger, nascido na Baviera, tivesse "uma influência cada vez maior na posição anticomunista da Igreja Católica, em especial na América Latina".
AE-AP
Fonte: Agência Estado
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