quarta-feira, 2 de maio de 2007

EUA declaram imunidade para o Papa

20/09/05 - 14:08


Roma, 20 - O governo dos EUA disse a um tribunal do Texas que o papa Bento XVI deve receber imunidade em um processo que o acusa de conspirar para encobrir o abuso sexual de três menores por parte de um seminarista colombiano,indicaram documentos judiciais.

O subsecretário de Justiça dos EUA, Peter Keisler, disse em um parecer apresentado na segunda-feira que, como chefe de Estado do Vaticano, Bento XVI desfruta de imunidade. Indicou que permitir a continuidade da demanda seria "incompatível com os interesses de política externa dos EUA".

O ex-cardeal Joseph Ratzinger foi acusado em um processo apresentado por três jovens que acusam Juan Carlos Patiño Arango. um seminarista de origem colombiana ligado à paróquia de São Francisco de Sales, em Houston, de ter abusado sexualmente deles durante sessões de orientação psicopedagógica na igreja, em meados dos anos 90.

O juiz encarregado do caso - Lee Rosenthal, do tribunal do distrito sul do Texas - ainda não se pronunciou a respeito. No entanto, a Corte Suprema de Justiça indicou que os tribunais dos EUA estão obrigados a acatar essas "sugestões de imunidade" apresentadas pelo governo, indicou o documento assinado por Keisler.

Um processo apresentado em 1994 contra o anterior papa João Paulo II, também no Texas, foi desconsiderado após o governo federal apresentar uma moção similar.

Transcendeu a notícia de que a embaixada da Santa Sé em Washington havia pedido ao governo dos EUA que emitisse seu parecer de imunidade e fizesse todo o possível para que o caso fosse desconsiderado.

Patiño Arango foi acusado de abuso sexual no condado de Harris, no Texas, e está foragido da Justiça.

No processo se alega que Ratzinger, que chefiava a Congregação para a Doutrina da Fé antes de ser designado papa, esteve envolvido em uma conspiração para ocultar os crimes de Patiño Arango e ajudá-lo a evitar a ação da Justiça.

O processo cita uma carta de Ratzinger, de 18 de maio de 2001, escrita em latim para os bispos de todo o mundo, explicando que crimes "graves" tais como o abuso sexual de menores devem ser analisados por sua congregação e que as atas dos tribunais especiais da Igreja que se encarregam desses casos devem ser submetidas ao "segredo pontifício".

Segundo o advogado de um dos três demandantes, Daniel Shea, o segredo nesses casos representa uma conspiração para encobrir delitos.


AE-AP


Fonte: Agência Estado

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