quarta-feira, 2 de maio de 2007

Padre será indiciado por abuso sexual no Maranhão

15/11/05 - 18:06


São Luís, 15 - A delegada Ana Karla Silvestre, que está à frente da investigação sobre o padre Félix Barbosa Carreiro, de 43 anos, disse nesta terça que deverá pedir o indiciamento do religioso por exploração sexual comercial de menores e que vai concluir o inquérito policial antes do prazo, que se encerra na sexta-feira, dia 18.

Segundo a delegada, o enquadramento adotado abrange todos os tipos de crimes sexuais cometidos por Carreiro. "Ao todo ouvimos 24 vítimas e detectamos que ele cometeu vários crimes. Porém, o enquadramento de exploração sexual comercial é mais amplo e abarca todos os demais. Alguns dos jovens que depuseram, hoje já não são mais adolescentes, no entanto sofreram abusos antes de completar 18 anos e também deverão constar no inquérito como vítimas. O texto já está bem adiantado e vou concluí-lo antes do prazo", garantiu Ana Karla.

Depois de concluído, o inquérito será encaminhado à 2º Vara Criminal de São Luís, que é especializada em crimes contra a criança e adolescente. De lá, os documentos seguem para o Ministério Público (MP), que a partir de então terá cinco dias para formular uma denúncia contra Carreiro.

As investigações apontam que o padre esteve pelo menos 50 vezes no motel onde foi preso e que pagava aos adolescentes aliciados entre R$ 20,00 e R$ 200,00. O pagamento era feito em espécie e ou na forma de presentes, como roupas e ingressos para shows.

Antes de ser preso, Carreiro já havia sido investigado pelo MP por causa de denúncias de abuso sexual contra adolescentes em uma outra paróquia de São Luís. Na ocasião, o caso foi arquivado por falta de provas e o padre transferido para a paróquia onde estava lotado até ser flagrado pela polícia.

O arcebispo emérito de São Luís e administrador arquidiocesano, Dom Paulo Ponte, admitiu que sabia da conduta inapropriada de Carreiro e disse que, na época da investigação do MP, o religioso foi submetido a tratamento psicológico. Hoje Carreiro, apesar de ainda ser padre, não pode rezar missas ou ministrar sacramentos e está sendo alvo de uma sindicância interna, baseada no direito canônico.

Ernesto Batista

Fonte: Agência Estado

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